domingo, 5 de dezembro de 2010
Plínio de Arruda Sampaio na Casa de Cultura
sábado, 20 de novembro de 2010
Cultura contra o racismo
O discurso oficial afirma que nunca se fez tanto pela "igualdade racial" como nos últimos anos. Mas temos visto comunidades tradicionais sendo expulsas de suas terras por grandes projetos como as Usinas Hidrelétricas do Rio Madeira e de Belo Monte. Sem falar que as estatísticas mostram que ser negro ou negra no Brasil ainda significa ter salários menores, menor taxa de escolaridade, menor expectativa de vida e maior possibilidade de ser vítima da violência. E mesmo diante desses fatos o governo recuou diante dos ataques ao projeto original do 'Estatuto da Igualdade Racial'.
Esse abismo entre o discurso oficial e a realidade é uma das faces do racismo brasileiro. Um racismo perverso, porque está camuflado pela máscara da "democracia racial". Por isso a importância do dia 20 de novembro, o dia da consciência negra. Um dia de reflexão e de luta contra o racismo.
A valorização da herança cultural afrobrasileira é parte dessa luta. Uma herança presente em todos os lugares e setores da sociedade. Basta olhar para a música, a dança, a poesia e os nossos costumes. Mas essa riqueza cultural só foi preservada com muita resistência. Uma resistência que ocorreu de várias formas, muitas vezes pelo confronto, e outras por um diálogo entre culturas diferentes.
Durante os séculos em que a escravidão existiu no Brasil, os senhores brancos tentaram a todo custo atacar e eliminar os costumes, crenças, valores e memórias dos escravos trazidos à força da África. Não conseguiram por causa da resistência. Essa situação não mudou mesmo nos dias de hoje. Tentam atacar essa cultura tentando "integrar" a cultura afro-brasileira à cultura dominante. Só que as ameaças não vêm mais da chibata dos feitores, mas do poder econômico, do poder da mídia, da indústria cultural, da cooptação.
Por isso é preciso, não só no dia 20 de novembro, manter viva essa resistência. Defender essa herança cultural é parte importante da luta contra o racismo.
Preconceito e ódio escancarado na TV
http://www.youtube.com/watch?v=Vi1QbHqDESIhttp://www.youtube.com/watch?v=Vi1QbHqDESI
Refletindo sobre a agressão na Av. Paulista
Tenho certeza que a maioria viu nos noticiários o ataque covarde a um jovem ocorrido na Av. Paulista. Neste link http://migre.me/2mDp3 está disponibilizado o vídeo com as imagens da agressão captadas por uma camera de segurança. O detalhe que foi explorado pelos noticiários é o fato de que os agressores são filhos da classe média alta, o que garantiu que em pouco tempo todos eles fossem libertados mediante pagamento de fiança.
Mas as abordagens da mídia não conseguem esconder um certo espanto pelo fato de o ato bárbaro ter sido cometido por jovens da elite, com acesso a boas escolas e a valores "civilizados" que supostamente predominariam no meio social e cultural dos agressores.
A mensagem por trás é que atos violentos e bárbaros não fazem parte desse meio social. Seriam coisa de "marginais", de jovens sem cultura, que vivem em uma realidade marcada pela violência cotidiana. Em outras, palavras, pessoas que vivem nos bairros da periferia das cidades, habitat "natural" dos traficantes e "bandidos".
Esse discurso mal disfarçado aparece toda vez que jovens de classe média estão envolvidos em crimes que chocam a opinião pública. Na realidade, nesse tipo de discurso está presente o preconceito em relação aos jovens pobres que crescem em meio à miséria e à exclusão social. A tentativa de "criminalizar" a pobreza é, no entanto, falsa. Não há relação direta entre violência e pobreza. Isso tem sido mais do que comprovado por estudos sociológicos. O problema está na desigualdade social, no preconceito que se dissemina em relação às populações excluídas cuja face mais visível está na forma como a repressão policial se abate de maneira fatal principalmente sobre jovens pobres e negros. Basta ver o massacre promovido pela polícia há alguns anos durante os ataques do PCC.
Preconceito de classe e racismo são alguns dos ingredientes determinantes desse tipo de visão que, infelizmente, ainda tem força na sociedade.
Por outro lado, não se justifica o espanto diante de atos bárbaros de jovens da elite. Lembremos do índio Galdino morto por causa de uma"brincadeira" de jovens ricos de Brasília, que resolveram se divertir atenado fogo no índio quando estava dormindo na rua. E há outros casos mais.
Ser da elite, ter acesso a boas escolas e à cultura, não significa muita coisa. Menos ainda garante que se tenha valores humanistas ou solidários. Pelo contrário, os valores da elite promovem o individualismo, o preconceito diante dos menos favorecidos, fortalece a idéia de que a medida do ser humano está nas suas posses materiais.
No caso da agressão da Av. Paulista mostra o quanto a homofobia e o machismo estão enraizados nesses jovens que, apesar de desfrutarem de condições favoráveis, compartilham idéias retrógradas, além do ódio alimentado pelo preconceito.
Ipea: 70% da população nunca foi a museu ou centro cultural
Ipea: 70% da população nunca foi a museu ou centro cultural
http://migre.me/2mvzY
Cerca de 70% da população brasileira nunca foi a museus ou a centros culturais e pouco mais da metade nunca vai a cinemas, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgada nesta quarta-feira. A pesquisa tem como objetivo formular um indicador sobre a percepção da população em relação aos serviços prestados pelo Estado.
Cultura para a transformação social. CulturAção.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
11ª Feira de Artes Santa Tereza! Participem!
sábado, 6 de novembro de 2010
Poder econômico e eleições
Deputados federais eleitos gastaram R$ 9,68 por voto
DE SÃO PAULO
Os 513 deputados federais eleitos gastaram uma média de R$ 9,68 por voto para se eleger. No total, os parlamentares desembolsaram R$ 565 milhões na campanha. O custo do voto na Câmara foi três vezes e meia o valor do voto para o Senado (R$ 2,15).
O campeão em gastos foi Sandro Mabel (PR-GO), que desembolsou R$ 4,8 milhões. O valor equivale a seis vezes o que Mabel ganhará como deputado pelos quatro anos de mandato (cerca de R$ 792 mil, sem contar verbas indenizatórias e benefícios).
Os 88 deputados petistas foram os que mais gastaram, em números absolutos, entre os partidos. Foram R$ 103 milhões. A bancada mais cara, porém, é a do PMN. Os quatro deputados eleitos gastaram, em média, R$ 1,59 milhão.
Logo em seguida, aparece a do PSDB, com gasto médio de R$ 1,56 milhão para cada um dos 53 eleitos.
Campeão nacional de votos, o deputado eleito Tiririca (PR-SP) teve um dos menores gastos. Cada um de seus 1.353.820 votos custou R$ 0,50. Foram R$ 677 mil, no total, quase a metade da média nacional.
Segundo deputado mais votado do país, o ex-governador Anthony Garotinho (PR-RJ), desembolsou bem mais: R$ 2,5 milhões, num total de R$ 3,70 por voto.
O deputado que mais gastou por voto recebido foi Edio Lopes (PP-RR), com o valor de R$ 152,14 --cerca de 15 vezes a média nacional. O voto do eleitor de Roraima para a Câmara é o mais caro entre os Estados do país: custou R$ 73,42.
O eleitor da Paraíba foi o mais "barato" entre os Estados: os 12 deputados eleitos do Estado gastaram uma média de R$ 4,06 por voto.
O voto do eleitor de São Paulo para a Câmara custou, em média, R$ 9,92 --muito próximo à média nacional.